Guardiãs nazistas, a crueldade
feminina do Terceiro Reich
O ditador nazista Adolf
Hitler (1889-1945) suicidou-se após o fim da Segunda Guerra Mundial
Maquiavélicas e impiedosas, assim a autora
espanhola Mónica G. Álvarez descreve, em "Guardiãs
Nazistas. O Lado Feminino do Mal" (em tradução livre), as mais de
3.500 vigilantes noscampos de concentração nazista e a quem a autora
atribui "75%" dos crimes do Holocausto.
A jornalista e pesquisadora escolheram 19 dessas
guardiãs - sete responsáveis (arcanjos) e 12 auxiliares (apóstolos) - pela
"crueldade, sadismo e perversão de suas ações malévolas", revela em
entrevista à "Agência Efe".
Segundo Mónica, elas removiam a pele
humana para fabricar lâmpadas, chicoteavam e chutavam o rosto e o abdômen,
esfaqueavam, inoculavam doenças nos detidos, adestravam e instigavam cães para
devorar as vítimas, além de matar e humilhar milhares de prisioneiros.
Estas guardiãs que participaram do horror da
maquinaria nazista, entre 1939 e 1945 nos campos de Birkenau, Buchenwald,
Ravensbruck e Auschwitz, procediam de famílias trabalhadoras e
humildes, algumas católicas e, no entanto, "carregam em suas costas 75%
dos crimes" do Holocausto, aponta a autora.
Muitas delas, de procedência alemã e austríaca, não
tinham estudos e essa "falta de educação fez com que se tornassem
manipuláveis e que sentissem fascinação pelo Partido Nazista", afirma a
autora do livro, publicado pela editora Edaf e que já está na segunda edição
(em língua espanhola).
Mónica G. Álvarez iniciou sua pesquisa "por acaso", indagando a vida de Ilse Koch, conhecida como "a raposa de Buchenwald", uma sádica sem "limites", entre cujas maldades destacam a que ela "removia a pele humana para a criação de todo tipo de lâmpadas que eram penduradas na sala de sua casa".
Mónica G. Álvarez iniciou sua pesquisa "por acaso", indagando a vida de Ilse Koch, conhecida como "a raposa de Buchenwald", uma sádica sem "limites", entre cujas maldades destacam a que ela "removia a pele humana para a criação de todo tipo de lâmpadas que eram penduradas na sala de sua casa".
Uma crueldade na qual foi fundamental para seu
marido, Karl Koch, comandante de Buchenwald, onde eram injetadas
doenças letais nas vítimas e eram feitas esterilizações sem anestesia.
"Karl Koch ensinou Ilse a praticar diversos suplícios
e humilhações", especifica a autora, destacando a aparência sedutora de
uma vigilante que levou, ao lado do marido, uma vida de "luxos, excessos,
orgias sexuais, depravações e assassinatos".
Os nazistas desfrutavam dos prazeres da comida,
das roupas caras, da música clássica e do sexo.
"Eles misturavam violência com sexo para
aumentar seu poder perante os que consideravam inimigos: judeus, poloneses,
ciganos. Todos aqueles que eram diferentes de sua raça", aponta a
jornalista.
A autora atribui as condutas cruéis a uma
"maldade inata, à gente do mal", somadas à atuação de "Hittler e
seus seguidores do 3º Reich, que manipularam essas mulheres".
Na instrução, principalmente em Ravensbrück, aprenderam a "praticar sacrifícios e se comportarem como animais selvagens".
Na instrução, principalmente em Ravensbrück, aprenderam a "praticar sacrifícios e se comportarem como animais selvagens".
Jose Cabrera Forneiro, psiquiatra e doutor em Medicina Legal, disse que elas se tratavam de
"pessoas sem critérios morais" e que "simplesmente, por vaidade,
egoísmo, ciúmes, ambição e outras muitas razões não psiquiátricas, fizeram do
mal uma ferramenta perversa de projeção de suas pobres vidas".
"As guardiãs chegaram a dirigir estes campos e
ordenavam que centenas de pessoas fizessem as seleções para as câmaras de
gás ou cometessem assassinatos", detalha a autora, reiterando que
apesar das circunstâncias, essas mulheres tiveram "a capacidade de
escolher se realizavam os crimes ou não".
Para sustentar sua pesquisa, que durou dois anos,
Mónica G. Álvarez teve acesso aos arquivos de Estados Unidos e Alemanha,
se reuniu com historiadores europeus e americanos e consultou as atas dos
julgamentos contra estas pessoas, muitas condenadas à prisão perpétua, enquanto
outras ficaram em liberdade e se refugiaram em diferentes países da Europa.
Apesar do "duro" e "trágico"
trabalho, Mónica, habitual colaborada de jornais espanhóis como "La
Vanguardia", quis relatar as barbáries para que não voltem a ser
permitidas e que sirva, além disso, como "uma homenagem às pessoas que
foram torturadas e só queriam liberdade".
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